Gomez Leal (Pessoa - rendido em romeno por Dan Caragea)
Sangra, sinistro, a alguns o astro baço.
Seus três anéis irreversíveis são
A desgraça, a tristeza, a solidão.
Oito luas fatais fitam no espaço.
Este, poeta, Apolo em seu regaço
A Saturno entregou. A plúmbea mão
Lhe ergueu ao alto o aflito coração.
E, erguido, o apertou, sangrando lasso.
Inúteis oito luas da loucura
Quando a cintura tríplice denota
Solidão e desgraça e amargura!
Mas da noite sem fim um rastro brota,
Vestígios de maligna formosura:
É a lua além de Deus, álgida e ignota.
Seus três anéis irreversíveis são
A desgraça, a tristeza, a solidão.
Oito luas fatais fitam no espaço.
Este, poeta, Apolo em seu regaço
A Saturno entregou. A plúmbea mão
Lhe ergueu ao alto o aflito coração.
E, erguido, o apertou, sangrando lasso.
Inúteis oito luas da loucura
Quando a cintura tríplice denota
Solidão e desgraça e amargura!
Mas da noite sem fim um rastro brota,
Vestígios de maligna formosura:
É a lua além de Deus, álgida e ignota.
Sângeră trist în unii astrul mat.
Inelele lui trei sunt pe vecie:
Singurătate, chin, melancolie.
Opt luni fatale spațiul îl străbat.
Poetul, de Apolo, fu purtat
În poală, lui Saturn. Iar mâna-i plumburie
Inima tristă-o ridică-n tărie
Și-o strânse până, moale, -a sângerat.
Zadarnice acum opt luni nebune
Când tripla lui centură răspândește:
Singurătate, chin și-amărăciune!
Din noaptea nesfârșită-o urmă crește,
Vestigii de malignă, grea minune:
O lună rece lângă Zeu albește.
(Gomez Leal)
(Fernando Pessoa)
(Dan Caragea)
Labels: Dan Caragea, Gomez Leal, Pessoa
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